A vida é teatro...
Um dia casa cheia.
Outros dias solidão.
Mas não fique na ilusão.
De achar que se ilude quem sonha.
Ilusão é achar que sonho é ilusão.
Se quer ser quem você não é... Faça teatro!...
Ser autêntico está em extinção.
Tudo segue em completa alienação.
O maior palco de sua vida é você.
Viva intensamente a sua personagem
Melhore a cada dia a sua performance.
Seja bom sem juízo ou prejuízo.
Desconstrua a trama no drama.
Mas, faça a vida parecer um teatro.
Não para ter sucesso ou fama.
Apenas para ter um lado autêntico depois de tirar a máscara.
Se ninguém te dá o pão.
Que se lixe o cidadão.
Procura libertação!
Então canalize sua atenção.
Para a sua condição...
Para o papel do seu teatro na vida.
É seu!?
Ou a sociedade te deu!?...
Competição, sucesso, ganância dá ronquidão.
Ninguém te estende a mão.
Isso sim é uma ilusão...
Fazer tudo por causa de outra mão...
Faça por você a personagem que quer ser... Desde que seja sua em você.
Porque no teatro como na vida.
Um dia a casa está cheia, outros dias, uma praia sem areia...
A arte de representar estimula a criativa paixão...
Daquilo que você esconde na depressão.
E sem mais expressão.
Faça teatro... E viva a vida com a reflexão de uma saudável inspiração.
Continuo com a ideia de que todos tenham vontade de alguma vez em sua vida, morar e viver em uma ilha...
Eu sempre tive... Eu na Ilha, é o meu relato, em jeito de diário de uma aventura sustentada por um projecto inovador em Africa e que me leva para uma ilha de Cabo Verde, Santiago, mais precisamente a Cidade da Praia, com a tarefa de transformar este projecto em um sucesso, para além de ao mesmo tempo, viver a experiência pessoal de viver em uma ilha, com todas as suas particularidades, e ao mesmo tempo, a experiência de viver num terceiro continente, nesta existencia do espírito na carne... América, Europa e agora Africa.
Cidade da Praia - Vista do Plateau
Hoje, me deu vontade de iniciar esta história, que pretende ser mais do que uma partilha de minha experiência pessoal, e sim, uma forma leve de trazer todos comigo numa aventura de um cidadão, cada vez mais do mundo...
No primeiro fim de semana de muitos que por ai vem, hoje, domingo, o clima quente está mais leve... O vento fresco sopra forte e faz com que se esteja de forma agradável, mesmo em casa.
Bem, mas, para isto ter mais sentido, vou recuar um pouco no tempo. Fazer uma viagem até o dia 1... Ou noite, já que tudo começa em Lisboa, na noite do dia 12 de Março de 2013.
A viagem, como todas as viagens, tráz sempre uma expectativa natural... Mesmo quando vamos para um local que já conhecemos... Mas, quando o local é novo para nós, existe algo que nos faz ficar ainda mais intensamente curiosos, o famoso medo do desconhecido, se tranforma em desafio de alguma forma aliciante e em alguns casos, pode despertar até adrenalina...
Escrevo ouvindo Djavan.... Não me importa o nome, mas a música fala do "pensamento lá em você"... Entre outras... Vai servindo de trilha sonora...
O Voo atrasa, nada de especial, mas sim, chegamos na hora marcada, pouco motivado a dormir, incomodava as pessoas que tentavam dormir, com uma conversa activa em toda a viagem, com uma companheira de projecto, que, apesar de estar voltando para casa, também lhe era novo todo o cenário que se colocava... Falamos de tudo, até ao jantar, falavamos... Ideias, histórias, visões do que nos esperava e como chegavamos naquele local, histórias que se cruzam, nunca por acaso...
A chegada, na hora prevista, todos já contavam com umas horas de um sono que nunca se aprofundou... O clima da noite num misto de fresco e quente, faz-nos sentir dentro de todos os relatos de quem visitou ou viveu em Africa... Rápidamente, nos faz ter vontade de eliminar peças de roupa... As filas daquele único voo que chegava na noite, apesar de já ser 13, apenas parecia uma extensão do dia anterior... Elas, as filas, se dividiam, como sempre, entre nacionais e não nacionais, como sempre, cada vez mais os não nacionais andam mais que as outras... Seja porque hoje o avião é uma espécie de transporte comum, cada vez mais, e semelhante aos "Bus"... Sim, "bus", já me começa a ser difícil escolher as palavras para alguns temas, ou para algumas coisas, pois começam a serem muitas as formas de dizer, e os que vão ouvir... Neste caso, ler...
Bagagens, cumprimentos, certo de que a minha mala, faz a sua última viagem, pois vai deixando peças por onde passa... Saídas... Uma Multidão espera, carregadores e táxis... Todos nos aguardam, numa espécie de ponta de lança... Vamos em dois carros até o hotel, uma Guest House, na Praia, Cidade que me acolhe... A tarefa de levar aquela bagagem de meses de estadia, é pesada, enquanto tudo se organiza até a chegada ao quarto...
Num misto de sentimentos, sobre o que fazer primeiro, tudo é abandonado, para se explorar cada canto e cada detalhe das acomodações...
Afinal, a estada é curta, até o local de acomodação seguinte... Mas, o espaço, possui tudo que se pode ser necessário... E tudo fica para depois, pois a vontade de ir fumar faz a sua vez, hábito que trago comigo, mas que talvez fique aqui diluído pela inexistencia, na permanência que se avizinha... Certo de que me fará bem...
Poucos fumam aqui, e cachimbo, ainda só eu me vi fumar... Roupa fresca para dormir e ligar ar condicionado, foram os passos seguintes, a tentativa de ligar-me a net, logo foi trocada pela vontade de descanso, afinal, apesar de uma hora a menos de fuso, de Portugal, todos sabemos o que um voo noturno pode fazer com o nosso sono e vontade de descanso, e quem não souber, poderá tentar imaginar... Um misto de colocar ideias em ordem e tentar processar detalhes, mais, as alterações de horários e climas, do frio para o calor...
Alarguei-me na cama até o despertar, que seria cedíssimo, pois a claridade que invadia as janelas, tão cedo, fez pensar ser meio da manhã, mas não... Ainda era muito cedo...
De volta ao domingo, vou me preparar para ir a praia... Não há Cidade, mesmo a praia, onde ontem fui pela primeira vez... Apesar de logo pela manhã e por ter entrado e saído da água, não pude evitar uma certa vermelhidão, em algumas partes do corpo... Lembrando com extrema precisão, o local onde deixei em casa, em Lisboa, o protector solar, que lá, não me faz falta estar...
Então, descidi hoje, ir no final da tarde, e tentar ver o por do Sol... Será o meu primeiro aqui...
Por esta razão interrompo aqui esta história em tempo real, e deixo uma foto do local onde irei...
O sábado à noite está escuro... Sei que parece, mas não é um pleonasmo... Há falha de energia, é a segunda esta semana, mas a primeira vez que ocorre de noite, certamente vai estragar os planos de festa... Ouço geradores, mas pouco se vê luz... O resto de bateria me deixa estar aqui escrevendo, e a lanterna que trouxe de casa, faz agora todo o sentido de ter vindo comigo...
Hoje também choveu, e ontem também, o suficiente para molhar bem o chão e fazer baixar o pó... Pensei que não iria ver chuva, pois, como dizem, é raro acontecer e não é época dela, mas sim, vi chuva e senti seu cheiro forte... O vento sopra forte, em um dia quase sempre nublado, mas quente... Vou gerir bem o que me resta de bateria para escrever mais um pouco, e voltar ao primeiro dia...
Dia 13/03/2013... Não fosse o treze, número que me tem trazido sorte nos últimos tempos, qualquer um diria que não é um bom dia para chegar em lugar algum...
Mas, foi... A claridade da janela do hotel, me fez pensar que seria meio da manhã, levantei e fui experimentar o ótimo WC...
Após um bom e despertador banho em manhã já quente... Resolvo iniciar o dia com a minha primeira visita ao Plateau, centro nevralgico da Cidade da Praia e até de Cabo Verde, me deparo com a inevitavel confusão... Afinal ainda eram 8h quando cheguei ao Plateau... Madruguei...
Residência Oficial do Presidente da República de Cabo Verde
Já que ali se encontra a residência oficial do Presidente da República entre outros orgãos de soberania... O local possui tudo que um centro de cidade possui... Bancos, mercados, hospital, finanças, feiras, mercados, lojas, ruas asfaltadas e carros em movimento e parados... Naquele dia, recebia também a visita de dois navios de turismo, que faziam a sua pequena escala e que enchia aquele local de turistas... Conseguia ver de dentro do banco, grupos de ciclistas que passeavam todos equipados com bicicletas trazidas nos barcos... Sim, confirmei esta informação com o taxista que me levou de volta ao hotel... Aquelas bikes não são da Ilha...
Na Loja do Cidadão, fui atendido como já não me lembrava, em ser assim atendido... Não devia, mas já não me recordo de seu nome... Criava meu número fical e precisava de um número de telefone que já estava no hotel, mas, nem sabia o número do telefone, e nem do hotel... Pois bem, aquela simpática funcionária, foi a net, pesquisou o hotel até encontrar o número de telefone dele, e quando encontrou me fez a chamada de seu telefone de mesa... Que atendimento fantástico e eficiente, nem em Portugal, e nem no Brasil, tive algo semelhante nos últimos tempos... E graças a isto, tive número fiscal e conta aberta em menos de uma hora...
Após um passeio pelas ruas repletas de turistas que desenbarcaram dos navios e que davam muita animação e vida ao local, fui há uma esplanada, que fica na Praça central, onde qualquer pessoa dispõe de acesso a internet gratuitamente, através de Wi-fi... Também cheia de turistas e de atendentes simpáticas, possui o café expresso mais barato que já bebi aqui... 50,00 CVE (escudos Caboverdianos)... Esta é a imagem deste dia...
De volta ao hotel, acessei enfim a net, e fiz os contactos habituais com o resto do mundo... Enquanto aguardava a hora de me instalar onde estou agora... A luz ainda não chegou, e acho que vai durar toda a noite assim, ideal para dormir, não fosse alguma falta de sono, e a falta que faz o ar condicionado para refrescar o quarto... Há fogos, não sei qual o significado, mas em tempos sempre foram associados a jogos de futebol, ou chegada de drogas... Como não há futebol... Vou terminar por hoje, para poder gerir o resto da bateria do lap, e poder fazer outras coisas antes de dormir... Afinal voltou... Vou ver um pouco de TV.